Debulho-me em palavras… nunca choro
Senão estes sinais de tinta preta
Que traço quase sempre em linha recta,
Cujo rumo me escapa e nem decoro…
Se pelas gargalhadas me demoro,
De novo outros sinais, traçando a meta,
Se impõem mal o riso me intercepta
E, atrás, surgirão mais, fazendo coro…
Se sinto – e tudo sinto intensamente! –,
São aos milhares, pulando, à minha frente,
Esses pequenos signos do sentir
Que imprimem no papel, profusamente,
As mesmas emoções que tanta gente,
Sem espaço pr`ás viver, deixou fugir…
Maria João Brito de Sousa – 17.10.2012 – 19.41h
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
SONETO "POR ACASO"
Abreviada a voz, repenso o gesto
E ressurge a palavra indesmentida
Exactamente aonde a mão estendida
Recolhe o claro fruto e aparta o resto
Sorrio enquanto estendo o velho cesto
Na direcção da coisa pressentida
E vislumbro, entre folhas, bem escondida,
A forma de um soneto franco, honesto
Assim contemplo, colho e guardo acasos,
Esperando cada um de olhos já rasos,
Cumpridos sem temor, sem loucas pressas
E, garanto, esse acaso então parece
Estar pronto a responder-me à estranha prece
Sem me ter feito, a mim, quaisquer promessas…
Maria João Brito de Sousa – 04.10.2012 – 16.06h
E ressurge a palavra indesmentida
Exactamente aonde a mão estendida
Recolhe o claro fruto e aparta o resto
Sorrio enquanto estendo o velho cesto
Na direcção da coisa pressentida
E vislumbro, entre folhas, bem escondida,
A forma de um soneto franco, honesto
Assim contemplo, colho e guardo acasos,
Esperando cada um de olhos já rasos,
Cumpridos sem temor, sem loucas pressas
E, garanto, esse acaso então parece
Estar pronto a responder-me à estranha prece
Sem me ter feito, a mim, quaisquer promessas…
Maria João Brito de Sousa – 04.10.2012 – 16.06h
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